Outono- inverno... Serra de Maracajú
Cérulas grinaldas despencam a serra Trazidas que foram no Cristal da manhã... São painéis de fundo à gravata vibrante, Vermelho-sangue do imponente tu-iu-iu... Por entre a planicie pantaneira Ele medita... Ah, serra de Maracajú! Apóia-se, o tu-iu-iu, em uma perna só E contempla a serra ...Hum!! Ei-la, envolta em gaze, tule... Ela tão primitiva e saltitante, A verde cabeleira agitada ao sol, Agora veste-se de inusitado pudor! Rende-se ao frio Outonal, Cede ao ósculo etéreo da cerração! Não desce em busca do pantanal Inatingivel está nas alturas... A Serra de Maracajú Dormita à caricia da bruma Cochila no inusitado amplexo... Suas pedras e folhas choram Vertem frias e úmidas lágrimas São lágrimas matinais Frias e outonais Elas choram saudades ... Clamam pelos ventos corriqueiros Hálitos quentes de sol... Suas folhas vertem prantos Cegam o incauto viandante Que nas madrugadas de outono-inverno Rasgam em vão o ventre do horizonte... Mas... está tão linda a serra amada Parece uma noiva ataviada À espera da primavera...! Questão de tempo... Teca
Enviado por Teca em 13/06/2008
Alterado em 21/09/2008 |