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Ao beijo do dia,
Do sol, um raio Todo belo e dourado A cortina adentra. A manhã, se arrepia Olhando de soslaio Tão atrevido namorado. E boceja sonolenta.... Lá fóra,o mundo palpita, mas, na quietude do quarto, Que paz infinita! Paz, Alheia á inquietude Que assola o mundo Em dores de parto, Pelos séculos.... Ao vento da indiferença, O tempo olvidou Do quarto,a porta, E nas vagas desse momento, Ante a conciência de que SOU, Transponho a porta Nas asas da inocência. E aí, no lusco-fusco Indefeso da alvorada, Mergulho no silêncio, Em Deus, me procuro Enquanto o mundo ,indiferente Desfila na calçada. No silêncio do quarto, Através da cortina O sol me beija E.. Com ele, reparto Minh'alma feminina Em dourada bandeja. O criado-mudo Por isso sisudo Espia,e contudo surpreso,festeja O inusitado idilio Trazido, nas asas do dia do qual é filho. TEREZINHA DE SOUZA gARCIA.
Teca
Enviado por Teca em 12/03/2006
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