Das cinzas
Silêncio!
Em silêncio quero estar. Alma enfim apaziguada qual imenso lago, onde a brisa vem flanar.., Uma brisa leve,mais nada. Nem mesmo breve afago, me venha despertar. Quero a quietude morna das frias noites de serão, e o silêncio profundo que aos lagos adorna... Basta-me, o galardão, de todos amores do mundo enterrados no coração. Já vivi aos vagalhões, aos bramidos do mar, aos arroubos das paixões, sem jamais me saciar... Quero hoje,enfim o esperado silêncio eterno... Que venha das esferas siderais nas asas de um querubim e ao seu ósculo terno, eu tenha sonhos divinais... Mas...se um vento incandescente, beijando as verdes palmeiras teus beijos quentes relembrar... Ah! nem mesmo o sol poente, ou, da noite,as estrelas primeiras, poderão meus sonhos sustentar. Aínda que esteja morta, acolhida nas entranhas do chão, voarei nas asas do beija-flor... Entre tantas, acharei tua porta... E, a tí,darei meu novo coração, trazido das cinzas do nosso amor!
Teca
Enviado por Teca em 20/04/2006
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