Soneto do desencanto
O vento e o tempo,mas também
O sonho envelhece a bela rosa!
Ei-la assim, cativa e refém
Ai destino cruel! tão perfumosa...
Qual rosa de mormaço enlanguecida,
Entre as pétalas d'alma, um frio...
Pesada,outonal alma vencida
Rendo-me ao afago teu, vazio...
Ai desencanto meu! Amor ferido
Pelo descaso teu, não me sacio
Sou flor sem vida,sonho preterido!
Crepuscúlo outonal em nosso quarto,
Em minh'alma sedenta, o fastio...
Em meus olhos, portais de onde parto...