Da dor... (ou alzheimer)
Quero partilhar a profunda dor de ver um ente querido e próximo, se debatendo na penumbra da dor do alzheimer. Minha querida tia, uma mulher valente, guerreira, generosa e livre, hoje prisoneira deste mal terrivel que age nas sombras... Tia, sei que nada se perde, de alguma forma de algum modo quero que sintas meu amor... Uno este meu sofrer ao sofrer de todos que lutam contra este mal sombrio... Da dor Existe a dor, A dor da qual não se fala, Não se chora, A dor que fundo cala, E que à própria dor espanta. A dor tecida no abandono Chegada na penumbra do outono... Outono frio da vida, Onde até a consciência vai embora... Onde se perde tudo, até a memória do que se é... No palco da solidão,o abandono de si mesmo... Às vezes por uma réstia de luz, a saudade entra, quer gritar, mas não sabe... Ah... mas, os olhos, estes gritam,clamam Libertação...Libertação... O carrasco?_Alzheimer! Chegado na névoa outonal, Traz na bagagem revirada, o medo... O medo e a dor, qual poeta descrente A chorar a precariedade humana, A Névoa outonal... _ Na exiguidade do tempo, O peso da balança È terminal desesperança... Teca
Enviado por Teca em 24/05/2009
Alterado em 25/05/2009 |