A Bete...
Acabo de chegar da escrivaninha de uma recantista. Lí um conto minimalista,onde a autora diz ser im- possivel um elefante amar uma formiguinha... Interessante... Este conto fez-me recordar a Bete. Interessante também os caminhos que o nosso emocional faz para superar o medo, o asco e coisas assim... Acontece que tinha horror a pererecas... Pânico descreve melhor meu estado de espírito quando me deparava com uma. Acontece também que vou sempre para o pantanal. Lá é o habitat destas coisinhas lindas, mas eu achava que elas deviam gentilmente... bem, dar o fora quando eu aparecesse! Mas como as meninas não faziam isto nem por decreto,estava instaurada a guerra. Confesso...confesso o "assassinato" de muitas,muitas mesmo... Mês passado fiquei um longo tempo por lá. Cada vez que eu precisa cumprir com minhas obrigações fisiológicas,tomar uma ducha, estas coisas que elas não entendem, eu entrava em parafuso.Carregava um arsenal comigo, inclusive "armas quimicas",vocês sabem... Até que uma noite, precisei visitar o banheiro inúmeras vezes... Foi então que em "plena atividade", sem poder se quer correr, eu me deparei com uma perereca. Ela me encarava! Era tão frágil e destemida, mas indefesa. Fui obrigada a olhá-la nos olhos. Naquele momento "divino", do fundo do meu medo,( quero dizer do meu ser !??) veio uma ternura... Olhamo-nos... Demoradamente... E eu a chamei de... Bete! Nascia alí uma amizade fraterna, rssssss. Pedi perdão ao percebê-la tão indefesa diante dos meus poderes bélicos, e ela se conteve,não saltou sobre em mim... Ainda bem, estragaria nossa tão prematura amizade. Enfim, no outro dia, ela não apareceu... Fiquei procurando-a... E perguntei ao meu marido por que a Bete não estava no banheiro, queria vê-la! Bem,ele me entendeu, apenas perguntou quem era a nova amiga. Agora quando vem da fazenda, diz: "A Bete manda lembranças" ! Emocionada agradeço. Teca
Enviado por Teca em 29/05/2011
Alterado em 02/06/2011 |