Eis a questão...
Sou mulher. Ponto. Não é necessário gritar aos quatro cantos do mundo,fazer passeatas, movimentos, para afirmar minha alegria feminina. Sem contar que isto não mudaria nada. Abomino esta história de comemorar o dia da mulher. Abomino porque sei que nesta sociedade dúbia é preciso pisar com muita cautela para enxergar além do discurso, e não acabar num emaranhado muito confuso, onde por exemplo, ana- girafa significa outra coisa e não uma simples cabeleireira que se sente orgulhosa de ser... Ana-girafa, sem contudo ser nem uma coisa nem outra... Os novelistas que o digam! Não posso me orgulhar de ser mulher, e não, hummm... Um chimpanzé? Tal orgulho não constituiria uma discriminação do chimpanzé?? Não escolhi ser mulher, nem o chimpanzé pode fazer sua escolha, embora do jeito que as coisas andam... Acredito que pelo menos alguns escolheriam continuar sendo chimpanzés... Quando me descobri, e foi da forma mais corriqueira e banal como costuma ser, soube que era um ser sexuado e por acaso do sexo feminino. Vi que isto era bom. Não me lembro de ter ficado estufada de orgulho. Apenas excitada. Mais tarde, aprendi que, se puder ter algum orgulho, é de ser capaz de ajudar na construção de um mundo melhor para toda espécie, inclusive dos chimpanzés. Há momentos, (digo isto baseada em cenas que tenho visto) em que me ponho a pensar... Tanta polêmica sobre ser ou não ser... Creio que tem filósofo que deve estar revirando na tumba... Eis a questão. Teca
Enviado por Teca em 17/03/2012
Alterado em 19/03/2012 |